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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ambientalistas argentinos protestam contra fábrica de celulose no Uruguai

Ambientalistas e moradores da cidade argentina de Gualeguaychú retornaram neste domingo (3) à fronteira com o Uruguai para protestar, por via fluvial e terrestre, contra o aumento da produção na fábrica de celulose que a finlandesa UPM (antiga Botnia) tem na cidade uruguaia de Fray Bentos.


O protesto aconteceu três dias depois de o Governo de José Mujica renovar a autorização ambiental para a papeleira, cuja construção e funcionamento gerou o pior conflito em décadas entre Argentina e Uruguai, segundo informou a imprensa uruguaia.

As caravanas partiram às 15h (horário local e de Brasília) rumo à fronteira, que estava fortemente vigiada por cerca de 150 soldados da Marinha e da Prefeitura Nacional naval do Uruguai, além de uma embarcação da Guarda-Costeira e um helicóptero da Aviação Naval.

Cerca de 20 embarcações fizeram um protesto náutico no Rio Uruguai em frente ao terminal portuário da UPM, localizado na periferia de Fray Bentos, cerca de 300 quilômetros a noroeste de Montevidéu.

Enquanto isso, outros 20 veículos atravessaram a ponte General San Martín e chegaram até o posto de fronteira com o Uruguai, mas não foi permitido sua entrada, “para garantir a ordem e prevenir possíveis incidentes”, explicou à “EFE” o porta-voz da Marinha uruguaia, capitão Gastón Juansolo.

Os manifestantes, tanto os que chegaram até em frente à fábrica de celulose em barcos como os que foram por estrada e acabaram detidos na alfândega a cerca de 5 quilômetros da UPM, “mostraram cartazes, bandeiras e tocaram suas buzinas em rejeição à papeleira”, acrescentou Juansolo.

“Felizmente não foram registrados incidentes, nem no rio nem na estrada, e os manifestantes se retiraram pacificamente para a Argentina uma vez concluído o protesto”, destacou o militar.

Os ambientalistas de Gualeguaychú já tentaram marchar rumo ao Uruguai no dia 6 de outubro, mas o esquema de segurança montado pelas autoridades daquele país, que só permitia a passagem de seus representantes políticos, impediu sua manifestação.

Esta decisão frustrou a reunião prevista entre os prefeitos de Gualeguaychú, Juan José Bahillo, e de Fray Bentos, Omar Lafluf, para dialogar sobre o conflito.

No dia 2 de outubro, Mujica anunciou a autorização para o aumento de produção da fábrica de celulose em 100 mil toneladas e até 1,2 milhão de toneladas por ano, sob a condição de implementar novas medidas de proteção ambiental.

A decisão criou grande mal-estar no Governo de Cristina Kirchner, que ameaçou recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia.

Histórico – A instalação da unidade da Botnia (hoje UPM) em 2005 foi motivo do pior conflito bilateral em décadas entre os países por causa do bloqueio que os moradores de Gualeguaychú mantiveram durante vários anos na ponte fronteiriça.

Por este conflito, a Argentina recorreu em 2006 ao tribunal de Haia, que em 2010 determinou que a fábrica não poluía, mas que o Uruguai não tinha informado devidamente a seu vizinho sobre os detalhes da construção.

A decisão ordenou, além disso, criar uma comissão conjunta para vigiar e controlar a poluição no entorno da UPM.

Apesar da oposição das autoridades argentinas, o Governo uruguaio outorgou há um mês a autorização de ampliar a produção, mas exigiu que a UPM diminua o conteúdo de fósforo nas águas que são vertidas no Rio Uruguai e que a temperatura das mesmas seja resfriada para menos de 30 graus.

Além da manifestação deste domingo, os ambientalistas argentinos avaliarão na próxima quarta-feira a possibilidade de tomar medidas para diminuir a passagem dos caminhões que transportam os materiais para a papeleira. 

Fonte: G1

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