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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Prefeitos e vereadores eleitos: plantar e cuidar das árvores urbanas deve ser prioridade, por Tiana Moreira, Claudia Visoni e Thais Mauad

Vamos começar um novo ciclo da gestão municipal no Brasil e as árvores urbanas precisam urgentemente entrar na agenda dos governantes eleitos. É uma questão de saúde pública e de fazer uma melhor gestão dos recursos financeiros, como os diversos estudos relacionados abaixo comprovam.


As administrações públicas devem priorizar não só o plantio e manutenção das áreas verdes nas cidades como também a disseminação desses conhecimentos para combater os atos de vandalismo e maus tratos que a população tem infringido às árvores. O gestor público que tomar essas providências com certeza será reconhecido por sua contribuição à saúde e ao bem-estar da população, além de economizar recursos públicos.


Poluição atmosférica mata
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 80 % da população mundial esta exposta à poluição do ar (1), sendo que na maioria dos grandes centros urbanos brasileiros a presença de poluentes no ar ultrapassa os limites estabelecidos pela própria OMS (2). Sem contabilizar as perdas afetivas, que são inestimáveis, o Banco Mundial calcula em US$4,9 bilhões/ano o custo das mortes relacionadas a poluentes do ar no Brasil (3).

Em São Paulo, as mortes prematuras relacionadas à poluição atmosférica alcançam 4 mil pessoas/ano (3). E centenas de milhares de pessoas — sobretudo idosos, bebês e gestantes — sofrem de agravamento das condições respiratórias devido à poluição. Vale lembrar que 73% da poluição atmosférica de São Paulo é proveniente de veículos automotores (4).

As árvores são nosso único filtro para a poluição do ar
Um estudo americano demonstrou que as árvores urbanas americanas removeram 17,4 milhões de toneladas de poluentes/ano gerando uma economia de 6,8 bilhões de dólares/ano no setor de saúde (5). Já outra pesquisa inglesa demonstrou que apenas uma árvore na calçada em frente a um imóvel é capaz de remover cerca de 50% do material particulado (poeira) em seu interior (6).

Árvores melhoram a saúde mental, evitam partos precoces e aumentam a longevidade
Estudo realizado em quatro cidades europeias demonstra que quanto maior o tempo visitando áreas verdes, melhor a autoavaliação do estado de saúde dos pacientes psiquiátricos, independentemente dos contextos culturais e climáticos (7). Pesquisa realizada na Pensilvânia (EUA) indica que morar a até 1250 m, ou seja, 10 a 15 minutos de caminhada de áreas verdes é um fator significativo para reduzir os partos precoces e o baixo peso ao nascer (8). Em Tóquio, um estudo identificou que idosos que moravam próximos a áreas verdes tiveram um aumento da longevidade (9).

Árvores ajudam a combater enchentes, criminalidade, manter construções e valorizam imóveis
As áreas verdes urbanas reduzem o escoamento superficial da água diminuindo assim os riscos de enchentes (10).

A arborização tem efeito até mesmo na área da segurança urbana. Estudo feito na cidade de Baltimore (EUA) relacionou um aumento de 10 % nas copas das árvores a uma redução de 12 % na criminalidade (11).

A sombra das árvores alivia o calor na superfície do asfalto e edificações, ampliando a vida útil dos pavimentos e outros materiais construtivos, reduzindo em até 58 % os custos de recuperação e manutenção do asfalto (12). A vegetação também diminui a temperatura dos ambientes internos, reduzindo a necessidade do uso de ar condicionado, o que leva a economia de eletricidade (13). Barreiras verdes reduzem ainda os níveis de ruído (14). Em climas tropicais como o nosso, as árvores ajudam a aumentar o conforto urbano e reduzir as ilhas de calor.

Propriedades localizadas em ruas e bairros verdes são mais valorizadas de acordo com uma pesquisa feita em Portland (EUA). As casas à venda em ruas arborizadas foram comercializadas por 7130 dólares a mais em média que as casas em ruas não arborizadas, além de o negócio ter sido realizado duas vezes mais rápido (15).

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* Tiana Moreira é engenheira agrônoma, paisagista, mestre, doutora e pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP.
* Claudia Visoni é jornalista, ambientalista, agricultora urbana e conselheira do CADES Pinheiros.
* Thais Mauad é Professora Associada da Faculdade de Medicina da USP, doutora em patologia, ambientalista e conselheira do CADES Pinheiros. Coordenadora do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Fonte: EcoDebate

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