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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Carros elétricos e estradas de painéis solares, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

A Era dos combustíveis fósseis está com os dias contados. O futuro da humanidade depende do sucesso da energia renovável e da economia de baixo carbono.
O crescimento da produção das energias solar e eólica tem sido espetacular, embora o mundo ainda esteja muito distante da meta de 100% de energia limpa. Evidentemente, as fontes renováveis não são uma panaceia para os problemas da degradação ambiental provocada pelo aumento da pegada ecológica da população mundial.

As atividades antrópicas já ultrapassaram a capacidade de carga do Planeta. A solução passa pela promoção do decrescimento demoeconômico e da restauração das áreas anecúmenas. É urgente reverter a curva da perda de biodiversidade, evitando a sexta extinção em massa da flora e da fauna. A defaunação é um verdadeiro holocausto biológico que vai reverberar sobre a própria humanidade.

Desta forma, são bem-vindas as iniciativas para o desinvestimento em combustíveis fósseis e a redução da emissão de gases de efeito estufa. Em artigo recente mostrei que o desenvolvimento tecnológico já permite sonhar com a utopia do carro elétrico, autônomo e compartilhado (ver link abaixo) alimentado por telhados solares:

“Na tecnópolis do futuro, um simples aplicativo de celular permitirá conectar a saída de casa, do trabalho ou de uma festa, interligando com o local de destino. O carro viria de forma autônoma. A população se locomoveria com um menor número de carros em circulação. O automóvel se tornaria apenas um meio (como se fosse um táxi) e não um fim. Neste mundo de sonho, haveria muitos ganhos com o uso dos carros compartilhados autônomos. Os engarrafamentos seriam reduzidos ou eliminados, assim como a perda de tempo provocada pela imobilidade urbana” (ALVES, 24/11/2016).

Esta possibilidade não é apenas um sonho tecnófilo cornucopiano. A utopia do carro elétrico, autônomo e compartilhado poderia contribuir para a redução da produção e circulação de automóveis no mundo, reduzindo também a pressão sobre a extração de recursos naturais e contribuindo para o desacoplamento entre produção de bens e a degradação ecológica. Mesmo sabendo que a tecnologia não é capaz de resolver todos os males da acumulação de riqueza, não é justo e nem conveniente reforçar os preconceitos da tecnofobia (medo da tecnologia moderna).

Outra inovação tecnológica que promete resultados concretos nos próximos anos é a avenida elétrica. As estradas de painéis solares – que podem transmitir a energia do sol em redes elétricas – já apresentam resultados promissores.

Artigo de Anna Hirtenstein, no site Bloomberg (24/11/2016), mostra que uma subsidiária da Bouygues SA projetou painéis solares resistentes, capazes de suportar o peso de um caminhão de 18 rodas. Após quase cinco anos de pesquisa e testes laboratoriais, eles estão construindo 100 locais de teste ao ar livre e planejam comercializar a tecnologia no início de 2018.

A autora argumenta que à medida que os custos solares despencam, os painéis estão sendo cada vez mais integrados aos materiais do dia a dia. A Tesla Motors Inc. surpreendeu os investidores ao revelar telhas de telhado como painéis solares. Outras empresas estão integrando alternativas fotovoltaicas em fachadas de edifícios. Assim, a Wattway junta-se a outros grupos, incluindo a Suécia Scania e Solar Roadways nos EUA, que procuram integrar painéis no pavimento.

A empresa Wattway diz que para resistir ao peso do tráfego, foram usadas várias camadas e vários tipos de plásticos para criar uma caixa clara e durável. O painel solar embaixo é um modelo ordinário, semelhante aos painéis nos telhados. A fiação elétrica é incorporada na estrada e o engenho é coberto por uma superfície antiderrapante feita de vidro esmagado. Um local de teste de um quilômetro de extensão mostrou que os 2800 metros quadrados de painéis solares devem gerar 280 kW no pico, com a instalação gerando a energia suficiente para alimentar a iluminação pública em uma cidade de 5.000 habitantes por um ano.

Assim, a França inaugurou, em dezembro de 2016, uma estrada solar. A rodovia é pavimentada com painéis solares capazes de fornecer energia para a iluminação pública de Tourouvre, pequena cidade de 5 mil habitantes no noroeste do país, na região da Normandia. O trecho de um quilômetro coberto com 2,8 metros quadrados de painéis solares revestidos de resina foi ligado à rede de energia elétrica local.

Desta forma, carros elétricos, autônomos e compartilhados e estradas de painéis solares são utopias que nos fazem sonhar com o futuro menos poluidor, mas que só serão viáveis se conseguirmos superar a distopia da pobreza, dos conflitos, da violência e da desorganização das cidades.

Referências:

ALVES , J. E. D. 100% energia renovável, Rio de Janeiro, Cidadania & Meio Ambiente, n. 54, v. X, p. 6-10, 2015. (2177-630X)
http://pdf.ecodebate.com.br/rcman54.pdf

ALVES, JED. Energia renovável com baixa emissão de carbono, RJ, Cadernos Adenauer 3, 2014
http://www.kas.de/wf/doc/15610-1442-5-30.pdf

ALVES, JED. A utopia do carro elétrico, autônomo e compartilhado, Colabora, RJ, 24/11/2016
http://projetocolabora.com.br/artigo/utopia-do-carro-eletrico/

Anna Hirtenstein. Solar-Panel Roads to Be Built on Four Continents Next Year, Bloomberg, 24/11/2016
http://www.bloomberg.com/news/articles/2016-11-24/solar-panel-roads-to-be-built-across-four-continents-next-year

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Fonte: EcoDebate

Um comentário:

  1. Bons artigos, Você já ouviu falar de LFDS (Le_Meridian Funding Service, E-mail: lfdsloans@outlook.com --WhatsApp Contact: +1-9893943740--lfdsloans@lemeridianfds.com) é como serviço de financiamento nos EUA / Reino Unido que me concede um empréstimo de US $ 95.000,00 para iniciar o meu negócio e já os pago anualmente há dois anos e ainda tenho dois anos, embora goste de trabalhar com eles porque eles são credores de empréstimos genuínos que podem dar qualquer tipo de empréstimo.

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