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quinta-feira, 20 de junho de 2013

A bicicleta fantasma e a perda do senso de coletividade, artigo de Márcia Pimenta

Você já viu as bicicletas fantasma espalhadas pela cidade? A bicicleta fantasma é uma bicicleta pintada de branco indicando o local onde um ciclista foi morto por um veículo motorizado. O monumento manda um recado: compartilhem as estradas.
Amarrada ali num poste a “bicicleta-alma-penada” nos convida a uma reflexão que pode, inclusive, nos fazer entender por que os movimentos sociais que invadiram as cidades das grandes metrópoles lutam por muito mais do que 20 centavos. O problema da mobilidade urbana impacta severamente a qualidade de vida das pessoas que moram nas cidades. Os custos vão muito além do preço das passagens.

Sistematicamente desrespeitado por motoristas raivosos e despreparados os ciclistas precisam ser respeitados e vistos como um carro a menos a poluir e congestionar a cidade.

No Brasil, no período 2001-2011 o número de automóveis em todas as 12 metrópoles do país dobrou de tamanho (de 11,5 milhões para 20,5 milhões). Já as motocicletas passaram de 4,5 milhões para 18,3 milhões em apenas dez anos. Estas cidades, cheias de ruas e avenidas pavimentadas, têm o seu solo impermeabilizado dificultando a absorção da água da chuva, que muitas vezes vê seu caminho bloqueado por bueiros entupidos de lixo causando enchentes e prejuízos.

A queima de combustíveis fósseis do setor de transportes é a segunda fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil e, além disso, causa poluição sonora e atmosférica. Segundo estudos da Universidade São Paulo – USP, aproximadamente 12% das internações respiratórias em São Paulo são atribuíveis à poluição do ar. Um em cada dez infartos do miocárdio são o produto da associação entre tráfego e poluição.

Há ainda os custos com os acidentes de trânsito no Brasil que de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, em 2007 ultrapassaram R$ 30 bilhões/ano. A morte de uma pessoa em acidente de trânsito custa em média R$ 291,00 e o trânsito brasileiro tem deixado por ano aproximadamente 50.000 mortos, 100 mil pessoas com deficiências temporárias ou permanentes e 500 mil feridos.

Os prejuízos à vida, à economia e ao meio ambiente não param por aí. Os congestionamentos quilométricos, além de queimarem mais combustível contribuindo para a poluição e aquecimento do planeta, também geram perda de produtividade para o país. Em São Paulo, por exemplo, a perda é de cerca de R$ 30 bilhões por ano, aproximadamente 10% do PIB da cidade, segundo estudos da Fundação Getulio Vargas.

Respeite um carro a menos! Maior facilidade de locomoção, redução dos níveis de poluição sonora e atmosférica, melhoria da saúde pública e diminuição do custo e tempo dos deslocamentos urbanos.

Márcia Pimenta, jornalista com especialização em Gestão Ambiental, é Colaboradora e Articulista do Portal EcoDebate.

Fonte: EcoDebate

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